Com uma presença de 27 anos em Portugal e apoiada por uma das maiores redes globais de consultoria, a Crowe tem consolidado a sua posição como parceira estratégica para empresas de média dimensão. Em entrevista à “Vida Económica”, Paulo Lourosa, Managing Partner da Crowe Advisory, revela como a consultora tem enfrentado os desafios atuais — da transformação digital à sustentabilidade — e como a sua cultura organizacional tem sido um trunfo na atração de talento. A visão é clara: crescimento sustentado, inovação constante e proximidade com o cliente.
Vida Económica – A Crowe é uma rede global com forte presença em vários países. Como caracteriza a posição da Crowe em Portugal e quais são hoje os principais pilares da atuação nacional?
Paulo Lourosa - “A Crowe consolidou-se em Portugal como uma das principais consultoras para empresas do middle market, sustentada por 27 anos de presença local e pela força da rede internacional, presente em mais de 150 países. Somos atualmente a 9.ª maior do mundo. Em Portugal, a nossa operação assenta em quatro pilares estratégicos: Advisory & Consultoria, Auditoria, Outsourcing e Fiscalidade. Esta estrutura permite-nos uma abordagem integrada e multidisciplinar, com foco na criação de valor sustentável.
Recentemente, fomos distinguidos em 4.º lugar no Brand Pulse Survey, o que reforça a reputação da marca no mercado. A cultura ‘we care, we share, we invest, we grow’ reflete o nosso compromisso com o cliente e a aposta constante na inovação, nomeadamente com a aplicação de soluções de Inteligência Artificial para aumentar a eficiência e a qualidade dos serviços. A combinação entre alcance global, conhecimento local e proximidade ao cliente permite-nos oferecer soluções abrangentes e ajustadas às exigências do mercado português.”
VE – Em que áreas de advisory tem havido maior procura por parte das empresas portuguesas e como tem a Crowe adaptado a sua oferta?
PL - “Temos assistido a um crescimento acentuado na procura por serviços ligados a fusões e aquisições (M&A), avaliação de negócios e marcas, due diligences financeiras, projetos ESG, incentivos fiscais como o SIFIDE e linhas de financiamento do Banco Português de Fomento, além da gestão de risco.
Para responder de forma eficaz, criámos Unidades de Negócio especializadas, como Sustentabilidade & ESG e Segurança da Informação (GRC & Cibersegurança), e reforçámos as competências das nossas equipas. Esta especialização permite-nos entregar soluções altamente personalizadas, ajustadas aos desafios concretos de cada setor e cliente.”
VE – A digitalização, ESG e a gestão de risco têm estado no topo da agenda empresarial. Que papel tem a Crowe desempenhado nestas transições?
PL - “A Crowe tem sido proativa na digitalização e na incorporação de práticas ESG. Impulsionamos a adoção de ferramentas como RPA (Robotic Process Automation) e Inteligência Artificial, ajudando as empresas a identificar tarefas repetitivas, otimizar processos e acelerar a sua transformação digital.
Na área da gestão de risco, destacamos os nossos serviços de GRC, com foco na conformidade regulatória, segurança da informação (ISO 27001) e proteção de dados. Temos apoiado clientes na preparação para novas diretivas como o DORA e o NIS2. Um exemplo concreto é a nossa plataforma Hub4DPO, que simplifica e automatiza a gestão da conformidade com o RGPD, tornando-a mais eficiente e acessível.”
VE – Como contribui a rede internacional Crowe para o trabalho em Portugal?
PL - “A integração na rede global permite-nos aceder a conhecimento especializado, partilhar boas práticas e colaborar em projetos internacionais. Isto reforça a nossa capacidade de apoiar clientes com operações ou ambições fora de Portugal, garantindo qualidade e consistência nos serviços.
Na área de M&A, por exemplo, beneficiamos do apoio de mais de 150 escritórios para identificar investidores, ativos ou empresas para aquisição. O modelo ‘Working as One’ traduz-se em sinergias entre firmas membro, com partilha de competências, equipas cross-border e desenvolvimento de projetos conjuntos. Recentemente, montámos uma equipa internacional para um projeto ESG com especialistas de Portugal, Alemanha, Espanha, Argentina e Chile.”
VE – Como está a Crowe a preparar-se para atrair e reter talento num setor exigente?
PL - “A nossa estratégia passa pela valorização do capital humano. Apostamos em formação contínua, programas de desenvolvimento de soft skills, iniciativas de teambuilding e numa cultura organizacional baseada nos valores ‘We care, we share, we invest, we grow’.
Temos atraído perfis mais digitais e dinâmicos, que valorizam ambientes inovadores e colaborativos. Promovemos o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional através de políticas flexíveis, apoio contínuo e uma cultura de respeito. Acreditamos que o bem-estar pessoal é essencial para o sucesso profissional e para o envolvimento das equipas.”
VE – Que perspetivas traça para o crescimento da Crowe nos próximos anos?
PL - “Ambicionamos crescer de forma sustentada, acima dos dois dígitos anuais, mantendo a nossa posição como parceiro de confiança do middle market. A expansão será feita de forma orgânica e também por via de aquisições estratégicas.
Vamos reforçar a presença em Lisboa e Porto, apostar na Madeira e avançar para regiões do interior com elevado potencial. Os setores prioritários incluem tecnologia, indústria, turismo, energia, saúde e serviços financeiros.
Queremos ainda criar centros de excelência e reforçar competências em áreas críticas como M&A, compliance, cibersegurança, tecnologia e data & analytics, posicionando-nos como um parceiro de referência na transformação do tecido empresarial português.”
Crowe integra uma das maiores redes de consultoria