Tendências Sustentabilidade & ESG para 2025 

Na Europa, a nova regulamentação sobre relatórios de sustentabilidade tem vindo a exigir que apenas algumas categorias de empresas elaborem relatórios mais abrangentes, focados nos seus impactos ambientais, sociais e de governance (ESG). Esta mudança reforça a importância da transparência nas operações empresariais e incentiva a integração das considerações ESG nas estratégias corporativas. Embora a obrigatoriedade legal não se aplique ainda a todas as empresas neste momento, há uma tendência clara de que estas exigências se expandam a todas as empresas ao longo do tempo, impulsionando uma adoção mais ampla de práticas sustentáveis no mercado.   

A ênfase global na neutralidade carbónica (Net-Zero) está a impulsionar o crescimento dos mercados de carbono. Espera-se que os desenvolvimentos nos acordos internacionais, como a finalização das disposições do Artigo 6 do Acordo de Paris, reforcem os mercados globais de carbono. No entanto, persistem desafios ao nível dos mercados voluntários de carbono, incluindo questões de legitimidade e confiança dos compradores, que exigem normas sólidas e práticas transparentes para garantir a credibilidade. 

A Inteligência Artificial (IA) está a tornar-se uma ferramenta crucial na elaboração de relatórios e verificação de conformidade ESG. Com as crescentes exigências dos reportes, os processos de análise, leitura e verificação tenderão a ser cada vez mais automatizados, recorrendo à interpretação da IA para garantir rigor e eficiência. Apesar do seu potencial significativo, a IA ainda é relativamente recente no sector e apenas através de formação especializada adequada é que os profissionais poderão tirar o máximo partido das suas capacidades. Esta situação representa uma oportunidade única para a ESG, permitindo-lhe enfrentar os desafios ambientais de forma mais eficaz e estratégica. 

As cadeias de abastecimento sustentáveis deverão liderar as tendências empresariais em 2025, com ênfase na transparência, responsabilidade e fornecimento responsável. Por exemplo, as mais recentes exigências regulamentares, especialmente na Europa, requerem cadeias de abastecimento que não levem à desflorestação, conduzindo as empresas a adotar práticas éticas. Inovações como os passaportes de produtos melhoram a rastreabilidade e a conformidade, aumentando a confiança dos stakeholders. À medida que as expectativas ESG aumentam, as empresas que dão prioridade às cadeias de abastecimento sustentáveis vão gerir melhor os riscos, melhorar a sua eficiência e cumprir as regulamentações em constante evolução, proporcionando-lhes vantagens competitivas com vista ao sucesso  num mercado centrado na sustentabilidade.  

A mudança global para a sustentabilidade está a alimentar um aumento da procura de profissionais ESG, com funções como engenheiros de energias renováveis e especialistas ambientais entre as que registam um maior crescimento. Esta tendência é impulsionada pela necessidade de mitigação das alterações climáticas e pela implementação de práticas sustentáveis. As organizações estão à procura de especialistas para lidar com as complexas regulamentações ESG e impulsionar iniciativas de responsabilidade corporativa, destacando a importância de conhecimentos e competências especializados. Para responder a esta procura, é essencial melhorar as competências “verdes”, dando ênfase à gestão ambiental e à literacia tecnológica. Os esforços de colaboração entre empresas, governos e instituições de ensino são cruciais na preparação de uma força de trabalho qualificada para atingir objetivos de sustentabilidade a longo prazo.