Seis Passos Para Criar Uma Cultura De Sustentabilidade: Conselhos da Fórmula E

Uma vez concluída a auditoria de sustentabilidade, é possível criar um plano de ação, sendo que já se conhecem as áreas em que a empresa pode reduzir a sua pegada de carbono e melhorar a eficiência. "Se dispuser de tempo e energia para quantificar os impactos que está a ter agora, então poderá trabalhar no sentido de introduzir melhorias", diz a Sra. Babington.

O plano deve incluir objetivos de sustentabilidade a curto, médio e longo prazo. Mais uma vez, as organizações especializadas podem ajudar na elaboração de um plano. Em última análise, o projeto deve ser adaptado ao negócio, realista, e apresentável aos principais stakeholders.

Munido de um plano de ação apresentável para promover a sustentabilidade dentro do negócio e forjar uma cultura de sustentabilidade, poderá então discutir o programa com os stakeholders chave, dos quais necessita de uma participação financeira e estratégica. Assegure-se de enfatizar os principais benefícios - uma cultura de sustentabilidade irá impulsionar a reputação da empresa a nível interno e externo. Reduzirá custos operacionais desnecessários, encorajará a colaboração, e a ambição partilhada aumentará a moral dentro da organização, por sua vez, impulsionando a inovação e a produtividade.

A Sra. Pallé sugere que o apoio de alto nível será mais fácil de assegurar hoje do que antes da crise do coronavírus. "Agora, mais pessoas compreendem que a sustentabilidade é essencial e que é fundamental para os negócios", diz ela. "Há apenas cinco anos, a maioria dos líderes viam as iniciativas de sustentabilidade como 'agradável de ter', enquanto que é cada vez mais um objetivo estratégico".

A Sra. Babinton concorda: "Faça questão de discutir a sustentabilidade nas reuniões de altos dirigentes. Há um custo associado [a um plano de sustentabilidade], mas ... passar a verde é a decisão óbvia e correta". 

De seguida, com o apoio de alto nível assegurado, o plano de sustentabilidade deve ser partilhado por toda a organização, e o feedback deve ser encorajado. Este passo abre a conversa e é um ponto crucial quando se forja uma cultura de sustentabilidade. A abertura e a colaboração são essenciais quando se trata de mudança.

A partir deste processo, é possível ver a reação inicial do pessoal. Aqueles que são positivos sobre o projeto devem ser nomeados campeões da sustentabilidade para impulsionar uma mudança significativa nos seus respetivos departamentos ou equipas. Os campeões da sustentabilidade podem então reunir-se regularmente para partilhar conhecimentos, melhores práticas, desafios e melhorias.

"Criar uma cultura de sustentabilidade leva tempo", adverte a Sra. Pallé. "Todos os diferentes departamentos da empresa precisam de se envolver e desenvolver projetos em conjunto. Um dos obstáculos, no início, é que as pessoas lutam para compreender o que é a sustentabilidade, por vezes levando algum tempo a "dar o clique". Dar-lhes responsabilidade pode ajudar a fazer os colaboradores pensarem: "Isto faz agora parte do meu papel, e sinto-me muito orgulhoso por estar a contribuir ou a liderar este projeto".

A Sra. Babington insiste em vencer lenta e firmemente a corrida quando se trata de criar uma cultura de sustentabilidade. Deve levar o seu povo consigo na viagem de mudança, por isso "use a cenoura em vez do pau" e incentive melhores hábitos. "Por vezes parece que está à procura de um botão grande e mágico que irá imediatamente melhorar a sustentabilidade, mas isso não existe", diz ela.

A Diretora de Operações e Conselheira Geral da Envision Virgin Racing recomenda investir em sensores inteligentes de LED, por exemplo, para que quando não houver movimento numa sala, as luzes se desliguem automaticamente. "Algo tão simples como isto pode ter um impacto massivo".

Além disso, a redução do número de caixotes de reciclagem cria um cenário win-win, diz ela: é mais fácil separar e gerir o lixo, para além de o pessoal ser forçado a fazer exercício e a fazer uma pausa quando caminha para um caixote do lixo longe do seu espaço de trabalho. Essa viagem também cria mais pontos de contacto, que podem desencadear conversas e inovação.

Como outro exemplo, a equipa de corrida da Sra. Babington envolve-se e colabora com os seus fornecedores para melhorar a sustentabilidade. "Pedimos-lhes que não entreguem nada em plástico de utilização única", diz ela. "Porque eles não têm de embalar tudo individualmente e podem enviá-lo a granel, o que os ajuda. Para fazer a diferença nos comportamentos, é preciso fazer pequenos ajustes, pequenos empurrões, e se os que estão no topo da empresa estão a liderar pelo exemplo, isso irá acelerar a mudança".

Pallé concorda e aponta para o sucesso alcançado com a implementação de estações de hidratação e bolsas de água reutilizáveis nas corridas. "Numa época e meia, poupámos o equivalente a 300.000 garrafas de plástico", diz ela. "Os espectadores reutilizaram as suas bolsas de água, que viram os pilotos no pódio também utilizar, e levaram-nas para casa como recordações. Foi uma grande mensagem".