Gestão do Risco

Gerir o Risco numa realidade desafiadora

Gestão do Risco

27/03/2019
Gestão do Risco

Até à crise de 2007/8, a questão do Risco nas empresas era muitas vezes mantida sob controlo através da elaboração de regras e certificação que estas mesmas eram cumpridas pelos colaboradores. O que é sensato até certo ponto, uma vez que estas realmente eliminam alguns riscos, mas, como aconteceu com a crise do subprime, ficou comprovado que era necessária uma nova abordagem, pois esta metodologia não impediu o fracasso económico de muitas instituições durante este período.

Como um evento de Risco pode ser determinante para a estratégia, ou até para a sobrevivência de uma empresa, foi necessário analisar os desafios a nível individual e organizacional de forma a categorizar os tipos de risco, através de um modelo com base em regras e abordagens alternativas.

Hoje conseguimos dividir os Riscos em 3 categorias: Risco evitável; Risco estratégico e Risco externo. Cada uma destas categorias necessita de uma abordagem distinta, isto não só devido à sua fonte, mas também à forma de atuar sobre estes para conseguir mitigar as consequências que podem trazer à empresa.

Primeiro, vamos analisar os riscos que aparecem do interior da empresa – Riscos evitáveis. As empresas não são capazes de antecipar todas as circunstâncias ou conflitos de interesses que possam vir a ocorrer, assim, para se salvaguardar deste tipo de riscos, uma das estratégias passa por esclarecer a missão e valores da empresa. Desta forma orientar o comportamento e decisões dos colaboradores em relação à conduta desejada é mais simples, uma vez que este tipo de risco ao partir da própria empresa é o mais facilmente prevenido/controlado pelos managers.

Por outro lado, os Riscos estratégico são bem distintos dos Riscos evitáveis. Quando uma empresa quer gerar retornos mais elevados, está inerente à sua estratégia o conceito de risco, gerir esse mesmo risco é então o fator-chave da estratégia que se leva a cabo numa organização. Assim, o risco estratégico não pode ser controlado por regras, precisa de ser bem gerido por um manager. Muitas vezes quanto maior o risco, maior a recompensa comparando com concorrentes menos eficientes no que aborda a gestão do risco, daí ser uma forte fonte de vantagem competitiva hoje em dia.

Por fim, abordamos os Riscos externos, que, como a própria nomenclatura indica, estão fora do controlo da empresa. Como já mencionado previamente, um bom exemplo é a crise do subprime, onde várias empresas não souberam abordar este tipo de risco, o que levou à falência grandes empresas. Cabe à administração da empresa identificar estes eventuais riscos e focar a sua estratégia para mitigar o impacto que estes podem vir a trazer ao sucesso da empresa. Mais uma vez, uma abordagem de gestão por implementação de regras não seria eficaz.

O verdadeiro desafio da compreensão do Risco passa pela sua gestão. Esta foca-se nas ameaças e falhas e não nas oportunidades e sucesso. No geral, os líderes pretendem evitar este cenário, pois representam gastos antecipados para prevenir um possível problema no futuro. A gestão do risco ativa e eficiente em termos de custos obriga à administração de uma empresa a estar consciente das diferentes categorias de risco que podem vir a enfrentar de forma a mitigar da melhor forma as suas consequências para o sucesso da organização.