Nestas festas do finalzinho de 2024, eu queria abandonar os temas de finanças e de política econômica e ser, por um instante, o Carlos Drummond de Andrade. Ou, pelo menos, escrever como ele uma vez na vida. Especificamente, já que estamos no limiar de um ano novo, hoje gostaria de escrever que “para você ganhar belíssimo Ano Novo... não apenas pintado de novo...”, você tem de olhar para si próprio com todo o amor de que for capaz e enxergar que esse Ano Novo você não vai ganhar, você vai ter de construir. E essa construção só você pode fazer. E, me parece, o único caminho é o de revisitar seus valores e, importantíssimo, tentar viver com base neles, sem desvios significativos. Alguns desvios sempre os haverá, não desespere.
Honestamente, sempre tentei me comportar na vida de acordo com as seguintes pautas. Primeira: “Lutar para mudar o que precisa e pode ser mudado (coragem)”. Segunda: “Ter humildade para não gastar energia combatendo aquilo que não pode ser mudado (estoicismo)”. E, por fim, a mais difícil: “Distinguir entre essas duas situações (sabedoria)”.
E, como guarda-chuvas disso tudo, o bem maior: respeito, no seu sentido mais amplo. A começar pelo respeito por si mesmo. Que é pai e mãe do respeito pelo resto do universo: pessoas, coisas (sim, coisas), animais, plantas, e por aí vai. E, hoje em dia, o respeito por algo que tem potencial para decretar o fim da humanidade: o meio ambiente.
Este breve ensaio, como o leitor pode ver, concentra-se em valores. E você pode perguntar: o estoicismo é um valor? Em qualquer texto você pode “descobrir” que o estoicismo é uma corrente filosófica que promove o autocontrole e um certo “distanciar-se” das coisas terrenas. Por extensão, o adjetivo estoico hoje se aplica às pessoas resilientes, aquelas que por autocontrole e por distanciar-se das coisas terrenas, conseguem aguentar galhardamente os aspectos negativos que a vida lhes traz, seja no âmbito físico, seja no espiritual.
Para se pensar.